segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bullying não é caso de polícia, mas de educação

Não existe nenhuma palavra na língua portuguesa capaz de expressar o bullying: é um termo inglês utilizado para descrever as atitudes de um “valentão”, quando comete atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um ou mais jovens que gostam de ver o sofrimento, dor e angústia dos outros. Esse termo não é um fenômeno moderno, porém, está cada vez mais constante. Não é mais só nas escolas, mas também na sociedade em geral. Sendo encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhum tipo específico de instituição: pública ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de bullying entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrentá-lo.

E pelo que eu vejo o problema é que os pais estão mais preocupados com os filhos serem as vítimas, do que se tornarem autores das agressões. A família precisa aprender a reconhecer se seus filhos são autores ou alvos das absurdas agressões físicas ou psicológicas.

Do meu ponte de vista os autores até são, muito seguros de si, mas também são indivíduos com pouca empatia, excluem as pessoas diferentes e acham que a vontade delas é mais importante do que a dos outros, demonstrando comportamentos egoístas. Os agressores, mesmo tendo fama de mais fortes e imperiosos, também têm suas fraquezas, freqüentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, são ambivalentes (dificuldade em ter normas claras) toleram e quando oferece como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo, explosivo e autoritário (adotam práticas educativas baseada nos maus-tratos) e dão mais importância aos valores materiais em detrimento dos morais. Admite-se que os que praticam o bullying têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqüentes ou criminosas.

Já as vitimas são pouco sociáveis, passivos e não reagem aos atos de violência contra si. Alguns acreditam ser merecedores dos maus tratos. Muitos perdem a vontade de ir à escola, gerando o baixo desempenho escolar. Trocam de colégio ou abandonam os estudos. Há jovens que com estrema depressão acabam tentando ou cometendo o suicídio. As críticas e o descaso dos adultos em relação ao seu sofrimento causam a insegurança, o que os impede de pedirem ajuda.

Eu acredito que não se pode mesmo evitar que os filhos passem pelas dificuldades da vida, mas não devemos cruzar os braços diante de atitudes tão absurdas como o bullying na escola, e deixar que só os educadores façam algo a respeito. Fazer de conta que não existe bullying, é, no fundo, autorizar a prática de mais violência. Ajudar o filho a enfrentar os agressores pode ser a melhor solução, visto que ele está fragilizado, ou seja, sozinho ele corre o risco de sofrer uma frustração ainda maior. A mudança de escola é uma outra opção. Mas a principal forma de evitar esses atos absurdos ainda é a denúncia. Os casos devem ser relatados aos professores, inspectores de alunos e diretorias da escola. Caso a reclamação seja ignorada, os pais devem encaminhar o facto ao Concelho Tutelar. O que realmente interessa é que faça a diferença, que denuncie as situações pelas quais está a passar. Afinal bullying é simplesmente o argumento daqueles que não têm razão, e quem pratica não deve ficar impune eternamente.

Lembre-se: “A sociedade muda, quando os indivíduos que vivem nela mudam também.” - Paulo Freire.

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